Quando pensamos nos fatores que nos levam a ter uma vida mais longeva, pensamos primeiramente nos cuidados que o indivíduo deve ter com ele mesmo: se alimentar bem, não fumar, praticar atividades físicas e evitar o estresse, são alguns deles. No entanto, o ambiente em que vivemos tem impacto direto nos anos que viveremos a mais ou não.
Hoje 87% da população brasileira reside em áreas urbanas, segundo projeções da ONU. Considerando que nossa população está envelhecendo cada vez mais, estas cidades precisam urgentemente se adaptar para oferecer melhores condições de bem-estar, saúde, mobilidade e trabalho para estas pessoas, algo que hoje, infelizmente, ainda não é uma realidade.
Quais desafios as cidades trazem para longevidade
Afinal, como seria uma cidade boa para a população 60+ mais viver? Seria um local com infraestrutura e serviços que atendam todas as idades. Neste caso, o papel dos gestores públicos é fundamental para propor mudanças e melhorias que atendam as necessidades da população.
A gestão pública deve ser feita de forma inclusiva, buscando atender as necessidades de todos os cidadãos. Afinal, as pessoas possuem necessidades diferentes, independente da idade. Oferecer serviços de saúde de forma ampla e com qualidade, dar acesso a educação e trabalho, construir espaços que incentivem a interação social em comunidade, são algumas medidas que tornam uma cidade preparada para todas as faixas etárias.
Apesar de termos alguns tópicos mais óbvios quando se trata de pessoas 60+, como mobilidade, estado de conservação das vias públicas, instituições de longa permanência e serviços de saúde, devemos lembrar também que não podemos ter uma visão estereotipada das necessidades de um idoso. Muitos ainda querem trabalhar, estudar, manter relações afetivas e sociais e o espaço urbano deve oferecer condições para a realização dessas atividades.
Como o Instituto de Longevidade atua na frente Cidades
Pensando em toda a conjuntura urbana e demográfica brasileira, o Instituto de Longevidade Mongeral Aegon identificou a necessidade de se desenvolver uma ferramenta que medisse o preparo dos municípios do país para a longevidade. Foi assim que surgiu em 2017 o Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade (IDL).
Nosso índice, que teve sua segunda edição lançada em 2020, analisa as condições das cidades brasileiras, com base em indicadores públicos divididos em 7 variáveis: Cuidados em Saúde, Bem-estar, Finanças, Habitação, Educação e Trabalho, Cultura e Engajamento e Indicadores Gerais. O resultado da análise é um retrato da oferta de serviços e infraestrutura do município para uma população cada vez mais longeva.
Nesta segunda edição, o IDL se tornou mais interativo, oferecendo aos usuários do portal do Instituto, o ranking das cidades avaliadas, um simulador para descobrir a sua cidade ideal, relatórios individuais por municípios e uma pesquisa sobre o preparo urbano para a longevidade no Brasil.
Dentro desta temática tivemos ainda um outro projeto que foi uma sequência do trabalho iniciado com o IDL e foi realizado em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos, via Fundo Nacional do Idoso: o Projeto Gestão Pública para a Longevidade. Este projeto, realizado em 2018, consistiu em uma capacitação para gestores públicos municipais que, com base no IDL, foram capacitados a identificar necessidades de melhorias em suas cidades e com base nesta análise, construir políticas públicas que melhorassem os serviços disponíveis.
Com estes projetos o Instituto de Longevidade busca contribuir com o preparo urbano brasileiro para uma população mais longeva e fomentar ainda mais este debate com dados e informações relevantes.
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